sábado, 30 de outubro de 2021

Defina desenvolvimento

(...) um levantamento da associação ZERO, apresentado em agosto deste ano, cartografou os terrenos convertidos para olival, amendoal, vinha e outras culturas em regadio intensivo em Beja. Neste concelho apenas, contabilizou a destruição de 18 charcos temporários mediterrânicos e mais de mil hectares de montados, habitats protegidos. A ZERO denuncia a «subsidiação pública da destruição ambiental»: grande parte destes projetos beneficiam de fundos do Programa de Desenvolvimento Rural. 

«Por ser mais fácil o trabalho mecânico, as galerias ripícolas [habitats junto aos cursos de água] nas áreas onde foram instalados olivais e amendoais intensivos foram completamente destruídas», diz Teresa. «Em princípio nem se pode tocar ao longo das linhas de água, correspondem ao domínio público hídrico. As galerias ripícolas não são só estética: têm uma função fundamental no funcionamento de uma paisagem do ponto de vista do fluxo da água, evitar a erosão e manter corredores para a biodiversidade.»

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A investigadora lamenta que o investimento público do Alqueva não tenha tido o planeamento e ordenamento do território associado. «A agricultura deve ser integrada na paisagem e no ecossistema do Alentejo, para criar um mosaico agricultural e manter a diversidade e o equilíbrio. A conversão em áreas muito extensas de monocultura é uma enorme simplificação da paisagem, que tem problemas do ponto de vista identitário, mas sobretudo do ponto de vista da falta de biodiversidade. Vai trazer problemas às culturas, porque o controlo de pragas e doenças é muito mais difícil. Têm de ser tratadas com fitofármacos, e isso vai trazer problemas na qualidade da água, e no investimento necessário para manter a cultura. Já verificámos em Espanha que em termos de solos e de pragas há uma falha grande do ponto de vista ecológico.»

 

Reportagem completa, aqui

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