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| A secretária de Albert Einstein (1955), Ralph Morse - Time & Life Pictures |
Por que celebra o Google, hoje, o aniversário de Akira Yoshizawa, o criador do origami, em detrimento do de Albert Einstein é algo que me ultrapassa em absoluto e, pessoalmente, emotivamente, quase me ofende. Tenho na minha secretária, de tempos a tempos tão desorganizada quanto esta, sob o candeeiro, um origami oferecido por uma amiga muito querida. Associarei sempre origamis a boas pessoas, boas manhãs, boas tardes, sempre, mas sempre, a coisas boas. Já sei que o senhor Akira morreu há poucos anos, mas mais: cometeu a proeza de vir ao mundo num 14 de Março e partir noutro 14 de Março. Dois 14 de Março, numa vida assim bonita, é obra, sem dúvida. Mas, como não lembrar o génio e a figura de Einstein, cujos trabalhos revolucionaram a Física e com ela o conhecimento que temos do mundo, do nosso mundo, actualmente? A teoria da relatividade, a física quântica, a física estatística, o efeito foto-eléctrico, as flutuações termodinâmicas, ou o Manifesto Russell-Einstein não são do domínio público, mas todos, todos, usamos Einstein como sinónimo de génio. É um universal linguístico: tanto se diz/ouve em Português, em Inglês, em Francês, em Espanhol, etc. "A ordem é um fenómeno da escassez", diz Bertold Brecht, tanto quanto diz esta secretária. Mais do que o Nobel, impressionam nesta vida totalmente dedicada à ciência, e parcialmente à violeta, os 300 artigos científicos que publicou, para além de 150 outros trabalhos de natureza não-científica, impressiona esta inteligência e este trabalho incansáveis, originais, extraordinários. Princeton ficou para sempre mais pobre. Nós, os que queremos saber, também.

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