terça-feira, 7 de novembro de 2017

Duas ou três coisas que eu sei sobre bactérias como a legionella

- Não é uma bactéria hospitalar, ao contrário do que os media podem levar o incauto espectador a crer. É uma bactéria que se desenvolve nas condutas de ar refrigerado, condicionado, etc. Não é preciso desinfectar o hospital X, o centro de saúde Y e a usf Z, não é preciso limpar o SNS do que quer que seja. Basta mudar os equipamentos (filtros do ar condicionado e afins) dos hospitais, centros de saúde, usfs, metros, comboios, aviões, shoppings, táxis, cafés, restaurantes, livrarias, lojas, gabinetes, consultórios, repartições públicas, cabeleireiros... - estão a ver onde quero chegar? - com determinada periodicidade. ( E sim, o prazo de utilização segura dos equipamentos é muito curto.)

- Tem custos? Tem. É mais caro do que limpar? Muito mais, sobretudo porque a mudança de equipamento deve ser muito frequente.


- Não ataca só idosos, nem só quem tem comorbilidade. Ataca qualquer pessoa, homem ou mulher, que no período de exposição esteja com uma baixa imunidade. Isto quer dizer exactamente que ninguém está livre, lamento.


- Não é fácil sobreviver-lhe porque o diagnóstico não é evidente. Primeira consulta: "Isso é alergia, vá para casa." Segunda consulta: "Isso é gripe, vá para casa." Terceira consulta: "Isso é pneumonia, tenha cuidado, vá para casa." Quarta consulta: "Isso é..., vamos induzir o coma."


- Sobrevivendo-lhe, não é possível ficar ileso ou livre de uma série de outras morbilidades. A medicação de uso hospitalar é incapacitante a vários níveis na sobrevida. (Alguém se lembra ainda das queixas dos sobreviventes de Vila Franca de Xira? E da senhora que sucumbiu a um aneurisma ao dar à luz?) 

Vamos ser sérios, sim?

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