quinta-feira, 1 de julho de 2021

Rocambolesco

No tempo da outra senhora, um doente com hepatite perguntou a um ministro que não queria comprar um medicamento que o poderia salvar quanto valia uma vida em Portugal. Lembrei-me disto agora por causa de um outro famigerado ministro a quem não parece assombrar, ética e moralmente, incompreensíveis perdas de vidas sob o seu ministério. É disto que falo agora, mas convém não esquecermos o que aconteceu no aeroporto de Lisboa. Sobre esse caso, alguém perguntava no Facebook o que é preciso que este ministro faça para alguém o mandar para casa - já que o próprio, parece, não o fará em circunstância alguma. Mais um caso, a mesma incompreensível, inaceitável, chocante, frieza. Independentemente dos limites de velocidade que os carros do estado não têm que cumprir, da legislação que os protege de eventuais litígios, há mínimos - relativos a regras de sociabilidade, normas e convenções que regulam e governam mais ou menos tacitamente a interacção social - que têm de ser cumpridos pelas pessoas. (Pessoas de bem, bem entendido.)

O ano passado um dos cães dos meus pais escapou para a estrada e sofreu um pequeno acidente. O condutor que seguia no veículo à frente do qual ele apareceu de súbito, conseguiu travar a tempo de evitar o atropelamento e diminuir o impacto do embate que acabou por acontecer, mas sem gravidade. Não obstante, o rapaz, que não teria mais de 18 anos, segundo a minha mãe, parou o carro, resgatou o cão e, com ele ao colo, foi tocar à campainha dos meus pais para informar do sucedido e propor levar o cão ao veterinário e pagar os tratamentos necessários. A minha mãe ficou muito sensibilizada, agradeceu o cuidado do rapaz mas, assumindo a sua parte no sucedido - por incúria, não tinha fechado o portão como habitualmente - , disse-lhe que fosse à sua vida, que, se justificasse, trataria ela do necessário. 

Um rapaz de 18 anos, um cão. Descubra as diferenças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário