terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Nanny during the day, giantess in the Music Hall at nigh

Imagem daqui

Pouco se conhece da vida de Abomah. Apesar da unanimidade do epíteto gigante que a terá inclusivamente levado a conhecer meio mundo, a grande maioria das fontes periclitam na asserção do seu sobrenome, da sua nacionalidade e até da sua altura. O que me encanta nesta mulher, reproduzi-o no título deste post - "Ama de dia, artista de Music Hall à noite" - é a sua vida na assimetria que a fotografia nos revela. A altura extraodinária da mulher e o tamanho da criança que pende dela como um acessório, a maior força e a maior fragilidade, o negro muito negro, mas rico, da indumentária de uma, o branco simples, sóbrio, das roupas da outra, as cores da pele consonantes com as do vestuário, o olhar cansado e habituado da mulher, o voyeurismo de uma traseunte no fundo da rua. Estamos em Londres, em 1914, assim que deixar a criança em casa, entregue a outros cuidados, Abomah, acaso tivessem ambos  tido a possibilidade de se conhecerem, provavelmente enriqueceria o pensamento de Baudelaire que escreveu: "Mas o fim de tarde chegou. É a hora estranha e duvidosa em que as cortinas do céu se fecham, em que as cidades se iluminam."

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