![]() |
| Engraving of Charles Dickens in His Gad's Hill Study, Samuel Hollyer (cc. 1875) |
![]() |
| Dickens' dream, Robert W. Buss (1875) A gravura retrata o mais célebre dos romancistas da época vitoriana, Charles Dickens, sentado à secretária que colocara em frente à janela, perdido em pensamentos. Este terá efectivamente sido o ponto de partida para a tela sobre o sono do autor, a qual, por morte de Robert W. Buss, não chegou a ser concluída. Mas esta incompletude é quanto a mim tão aparente; o quadro parece-me tão perfeito, tão assertivo, tão acabado! Passam hoje duzentos anos sobre o nascimento de Dickens e isso levou-me a sentir, de manhã cedo, uma saudade súbita dos EUA. Quando estava nos EUA, era costume no Departamento professores e colegas irem deixando na mesa da cozinha os livros, da especialidade ou outros, que as suas pequenas casas deixavam de poder albergar. Trouxe vários comigo, mas aquele que me é mais caro, pela autoria e - não posso senão admiti-lo - pela forma fascicular foi este. É um livro triste, bem sei, mas é um livro de época, a da revolução industrial, e sendo de época é um livro que nos desperta e comove. Numa altura em que Londres se debatia com uma explosão demográfica sem precedentes e o êxodo rural, Dickens, apesar de nunca se assumir como um revolucionário - as suas personagens, quando mudam de vida, é pelo acaso - introduz a crítica social na literatura. Não é intervenção, é literatura. Os Cadernos de Pickwick, Oliver Twist e David Copperfield estão traduzidos em Português. Recomendo. |


Nenhum comentário:
Postar um comentário