«Os sons nasais a que não sei por que bulas se chamam ditongos. As labiais B e P difíceis, de trava- línguas. Os efes que enchem a boca de ar, ou fugidios fogem com fífias fúnebres e funestas, os emes matreiros e murmurados, os vês que no meu Minho se embriagam. Os dês duros e difíceis. Os tês que tropeçam. Aquele che da nossa desgraça beiroa e as sibilantes temerosas dos nossos esses mofinos. O zê que, como os plurais, às vezes se torna je. O éle que se entaramela na língua. O êne que, por fatalidade ibérica, às vezes se molha com um til que lhe não pertence. O erre que ou se engasga como o francês, em Setúbal e nos meninos de Cascais, ou se labializa, fluído de mais, como do dos japoneses falando poltuguês. O gê ora gutural e com que implicam os gagos ora suave como o jota.»
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