Há um episódio de Poirot chamado "O sonho do Sr. Benedict Farley". O Sr. Benedict Farley é um rico empresário e tem um sonho. Está no escritório, o relógio marca a mesma hora todas as noites, doze e dezoito, ele abre a gaveta, vê um revólver. Etc., etc, etc. Poirot pergunta-lhe se já contou isto a outra pessoa. O Sr. Farley exaspera, diz que não são de certeza ideacções suicidas, como lhe declarou o psiquiatra. É o homem mais rico de Londres, tem tudo o que um homem quer. Na verdade, o Sr. Farley consulta Poirot no sentido de saber se o sonho não será produto de um macabro exercício de hipnose, se não o quererão matar assim.
O Sr. Farley é assassinado. Mas as imagem iniciais do episódio, as empregadas da fábrica em sentido, o ódio, o Sr. Farley, impante: Espero estar a falar para amigos, afinal eu é que vos pago os salários, nunca vendemos tantas pies como este ano e alguns dentre vós, com motivações políticas certamente, ainda dizem que não estão bem. O presidente da câmara muito graxista a dizer que a cidade e a fábrica têm um vínculo para a vida. A vida do Sr. Farley é abreviada não por um operário, mas por aquela pessoa de confiança que ele, nem por sonhos, podia imaginar que: o mordomo.
Ter pessoas de confiança é tramado. Lembrei-me disto porque estamos em Agosto e a silly season deixou de ser silly para ser coisa pior, mais grave, séria. Monarcas que antes fugiam à ditadura fogem agora à justiça. Tramados pela pessoa de confiança. E vêm cá parar. E nós gostamos.
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