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quarta-feira, 13 de junho de 2018

A correr


“Deus nas alturas disse: Eu sou o que o meu servidor pensar de mim, e estou com ele quando ele se lembra de mim. Se se lembrar de mim na sua alma lembro-me dele na minha, se se lembrar de mim numa assembleia lembro-me dele numa assembleia maior do que essa, se se achegar a mim um palmo achego-me a ele um cúbito, se se achegar a mim um cúbito achego-me a ele uma braça, e se vier até mim a caminhar eu vou até ele a correr.”

Hadith sagrada (al-Bukhari, Kitab al-Tawhid, 15), tradução de Miguel Monteiro.

"يَقُولُ اللَّهُ تَعَالَى: أَنَا عِنْدَ ظَنِّ عَبْدِي بِي، وَأَنَا مَعَهُ إِذَا ذَكَرَنِي، فَإِنْ ذَكَرَنِي فِي نَفْسِهِ، ذَكَرْتُهُ فِي نَفْسِي، وَإِنْ ذَكَرَنِي فِي مَلَإٍ، ذَكَرْتُهُ فِي مَلَإٍ خَيْرٍ مِنْهُمْ، وَإِنْ تَقَرَّبَ إِلَيَّ بِشِبْرٍ، تَقَرَّبْتُ إِلَيْهِ ذِرَاعًا، وَإِنْ تَقَرَّبَ إِلَيَّ ذِرَاعًا، تَقَرَّبْتُ إِلَيْهِ بَاعًا وَإِنْ أَتَانِي يَمْشِي، أَتَيْتُهُ هَرْوَلَةً"

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Mother and Child


Mary Cassat, Mother's Kiss, ca. 1891.

We’re all dreamers; we don’t know who we are.

Some machine made us; machine of the world, the constricting family.
Then back to the world, polished by soft whips.

We dream; we don’t remember.

Machine of the family: dark fur, forests of the mother’s body.
Machine of the mother: white city inside her.

And before that: earth and water.
Moss between rocks, pieces of leaves and grass.

And before, cells in a great darkness.
And before that, the veiled world.

This is why you were born: to silence me.
Cells of my mother and father, it is your turn
to be pivotal, to be the masterpiece.

I improvised; I never remembered.
Now it’s your turn to be driven;
you’re the one who demands to know:

Why do I suffer? Why am I ignorant?
Cells in a great darkness. Some machine made us;
it is your turn to address it, to go back asking
what am I for? What am I for?

- Louise Glück, The Seven Ages.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Bibliografia



Numa altura em que a cultura é muito pouco no nosso país, ousar pôr em marcha um projecto como este é ousar mostrar que é possível, uma espécie de yes we can fora de tempo, à portuguesa. Seja pela fotografia, pela música, seja pela poesia que é ventura nesta aventura, se se identificar, ajude.


"All hands save ship!" (Herman Melville)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Coisas que foram caindo em desuso - 3

“Chamo «cultura», no sentido absoluto, à faculdade de nos desprendermos do nosso ser biológico, do eu individual, acanhado, restrito, de todos os limites que tendem sempre a impor-nos as condições particulares de espaço e de tempo, do «aqui» e do «agora», - e dos acidentes de classe, de partido, de nação, de raça; ao dom de dessubjectivarmos a nossa vida psíquica, o nosso pensar espontâneo; ao de tendermos para um nível de racionalidade perfeita, - para o nível do divino, se acharem assim preferível, - na maneira de julgar e de actuar no mundo. É em suma o equivalente, no pensar racional, do que chamam os místicos a «união com deus»; é o processo de divinização do ser anímico; é a completa efectuação daquele dizer do Evangelho: «todo o que procura salvar a sua vida» (isto é: o que se ativer ao âmbito da vida individual limitada, essa mesma que está presa ao nosso condicionamento biológico) «perdê-la-á; e todo o que a perder, salvá-la-á» (isto é: poderá constituir, por tal desprendimento, a sua personalidade racional, - a que é absoluta, desenleada, sobrepairante, una, sendo, por isso mesmo, livre). Ser culto é, ao cabo de contas, o pensarmos sub species aeternitatis, de que falou na Ética o Espinosa. Estou eu em crer que seremos cultos na medida exacta em que formos largos, compreensivos, liberais, amantes; […]” 


António Sérgio, Cartas do Terceiro Homem, in Democracia, Lisboa, Sá da Costa, 1974, p. 354