Não sei se vivemos numa ópera bufa ou numa simulação. Qualquer um destes cenários, de tão inverosímil, é plausível. Então, para a semana todos, infectados e não infectados, com sintomas ou sem sintomas, podem votar. Se saírem do local onde vão votar e não forem directamente para casa, os infectados infectarão, pelo que incorrem no crime de propagação de doença contagiosa, porque, certamente, as condições que ditam o isolamento destas pessoas não se aplicam nos locais de voto. Porque, certamente, confiamos estas pessoas não darão a volta ao concelho para lá chegar, nem passarão pelo café primeiro, nem irão à praia, locais onde, ao contrário dos locais de voto, os infectados infectam. Porque, certamente, na fila para o voto, no caminho a pé ou no meio de transporte que escolherem para lá chegar, não há perigo, está tudo bem, dizem os técnicos que assinaram esta linda excepção. Há qualquer coisa muito perturbadora nisto. Ninguém acautelou atempadamente - de quantos anos disto precisamos? - a segurança de todos, infectados e não infectados. E há laxismo e incompetência na necessidade de uma excepção que tapa o sol com a peneira. Pelo menos para mim. Isto foi o ano passado. Encontre as diferenças.
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