quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Custe o que custar.

O problema da expressão Custe o que custar. está antes de mais no modo, o conjuntivo. Neste tipo de juízo e instâncias similares, o conjuntivo tem um valor deôntico, de dever, através do qual o enunciador procura agir sobre o seu interlocutor, impondo a realização da situação representada na proposição, num tempo necessariamente posterior ao da emissão do juízo. A este valor modal acresce frequentemente também a elisão quer do interlocutor, quer do deíctico referente ao núcleo proposicional. Ou seja: Custe o que custar. tem força de lei; é indefinido; e é impessoal. 

Mas mesmo quando o enunciado não é indefinido, quando o referente está expresso, isso, isto, aquilo, x, y, z, mas o conjuntivo subsume o pronome pessoal, o que é quase sempre, mantém a força. E isso, com ou sem querer, abre um fosso entre os interlocutores. Na verdade, lembrou-me este Custe o que custar. o dia em que extingui, com a minha própria saliva entre o polegar e o indicador, a chama já por demais tremeluzente de uma amizade antiga.

Matei-a, é verdade, antes que o Agradeço que diligencie o assunto. que dirigiu a um dos nossos pares me matasse toda a admiração e simpatia de outrora.

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